Tudo já houve.

E, reavido, me arrependo: sou eu quem já não há. Só faço renovar meus fantasmas, uma nova amante, uma nova casa, um novo motivo para ir embora não se demora em me buscar. Jaz em mim, em todo o mundo, a impossibilidade do profundo. É raso o amor, é rasa a fossa. Por pouco se vive, por pouco se implora. Quando a morte por fim chega, nos apanha ainda inaptos: velhos afogados sob um beijo que não foi... Tenho direito ao amor e o direito de reclamá-lo. Mas não há amor que reclame uma vida que jamais se dispôs.

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