Mas tudo isso
vem depois. Por hora, não hesite, desliga esse telefone. O que se foi já me
toma a todo tempo, que se fodam os bons momentos, tenho seis meses e os quero
agora: enquanto eu sou... As negociações se acabaram. É sempre mais do mesmo, o
toque sequestrado, palavras de um corpo ausente reivindicando um amor inato. E
não me resta outra pista. Outra voz, outro gesto, qualquer eco a apelar. Vou
cogitando cativeiros... Ao meu encontro, só o frio. Pois tudo que há é vazio,
meu bem, e frio é calor que não há. Tudo já houve. Não era de fato. Sem corpo, não há crime. Nem gozo. Caso encerrado.