Contudo, vou ainda negando. Vou do patético ao trágico, vou do trágico ao poético. Vou e volto, adorável, dando o braço ao fim que nego. Assim torno à prepotência: sei que, sem mim, você foi infeliz. Ou menos feliz, o que me parece a mesma coisa. A questão é o parâmetro. Constato, constrangido, a felicidade terrível que te causei. Mas não, não se preocupe... Não quero convencer ninguém. Prossiga na dança, sorria nas fotos, testemunhe o quanto está melhor agora. Não haverá reencontro, e não serei eu a te contestar. A mim, basta saber. Sou irritante e sei de tudo, causa suspeita de todo meu fim. Por isso eu não te culpo. Posso mesmo imaginar o conforto das manhãs de domingo sob o frio europeu: a lareira, o sofá felpudo, você, envolvida num glamour invernal, tomando café ao lado de um outro tão eterno e tão distante de tudo que sei.

  • "Tivemos bons momentos..."
  • "Eu com meu outro, você com teus anjos..."
  • "O amor por fim é isso: a ilusão de que tudo sabe..."